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O GRANDE ROUBO DE TREM
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O GRANDE ROUBO DE TREM
(The Great Train Robbery, EUA, 1903)
Direção: Edwin S. Porter
Roteiro: Edwin S. Porter e Scott Marble (não creditados).
Elenco: John Manus Dougherty Sr., A. C. Abadie, Gilbert M. “Broncho Billy” Anderson, Walter Cameron, Donald Gallaher, Frank Hanaway, Morgan Jones, Marie Murray, Mary Snow e Justus D. Barnes.
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Sinopse: Uns bandidos tramam o assalto a um trem. Um primeiro grupo obriga o telegrafista da estação a pedir a parada do comboio em pleno campo; o resto do bando invade a composição mata o guarda do vagão postal e rouba os passageiros. Um deles, que tentava fugir, é morto enquanto os bandidos pegam seus cavalos, que ficaram escondidos num morro, o empregado da estação consegue dar o alarme. Os habitantes da cidadezinha se mobilizam e, após um combate movimentado, dão conta dos criminosos. Faroeste / Cult Short Films, 12 minutos, Preto e Branco (Parte colorido a mão), Mudo, Curta.
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O diretor Edwin Stratton Porter teve a feliz idéia de contar em imagens uma história simples e envolvente, inspirando-se nas representações teatrais que faziam a alegria do público popular americano, ávido de emoções fortes. A crônica do oeste fornecia-lhe vasto material. Ele adaptou-se a técnica, ainda rudimentar, da tela. Sua grande idéia foi encerrar com um primeiro plano do vilão (George Barnes) apontando a arma para os espectadores. Se não foi o primeiro close-up da história do cinema, em todo o caso foi o que tinha um valor narrativo específico. Nascera o suspense e também, uma forma de dramatização própria do cinema. Acabara de nascer também um gênero que seria a marca do cinema americano. O faroeste com sua luta implacável entre os fora da lei e os representantes da lei, dominaria o cinema (principalmente o de entretenimento) e continuaria por toda a história até hoje. Esta luta iniciada entre os bandidos e os mocinhos inaugurada neste filme, debandou-se para outros gêneros, tanto os que já existiam, como os que viriam a existir, e hoje está a todo vapor entre os vilões e o super herói do mometo.
No entanto, Porter fez mais do que isso, utilizou com muita inteligência o cenário natural de Nova Jersey, reforçou seu filme com conotações realistas (a festa da cidadezinha interrompida pelo anúncio do drama) e imprimiu um ritmo vigoroso as cenas de ação. Além disso usou os movimentos de câmera (não a deixando estática como era normal naquela época), fez uso de montagem paralela, efeitos de zoom (uma técnica de montagem avançada para a época) e tirou o máximo que pôde das atuações dos atores e, principalmente, conseguiu o máximo de recepção do público. Os espectadores consideravam especialmente emocionantes as cenas em que as armas eram apontadas na sua direcção - havia gritos durante as projeções, seguidos de gargalhadas de alívio.
Edwin S. Porter, foi antigo operador de câmera de Edison (Thomas Alva Edison - o inventor da lâmpada), que além de fotografar o filme, fez também o roteiro junto com Scott Marble duma história de 1896, desta maneira o ex-operador de câmera entrou para a história do cinema. E o seu filme, um dos grandes marcos da maravilhosa história do cinema.
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Sequência do assalto ao trem.
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Sequência da ameaça que o bandido faz contra a platéia, atirando diretamente contra as câmeras.







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O Grande Roubo de Trem é com toda justiça o filme que deu origem ao gênero faroeste e inaugurou a luta entre os representantes da lei e os fora-da-lei.
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